Sem dosagem.

Flora, eu que sou quem não é, perdi todas as minhas conjunções e pronomes demonstrativos. Estou como o verbo não estar, se tratando se de bater com os ouvidos nas mãos. Então, sem então, não demonstro, não verbo, só haicaio para não ter um eu, posto que seja lírico.

Flora, meu telefone está longe e não posso me demorar tanto no número pela cidade tão aberta que não me protege da dor de pentear os cabelos enquanto a futilidade abrupta avança; Eu vi três tigres tristes correndo atrás das cabritas apenas para cheirar o último pelo que elas poderão aumentar, alargar com a matéria qualquer que serão capazes que produzir. Matéria esta bem parecida com esta coisa, que é só coisa porque não é nada mais que um além de coisa, para uma coisa que você nunca percebeu desistir de você inteira e preservar-te apenas um calor que nem é teu, acima das tuas pernas, acima das tuas nádegas, acima de tua boca, acima de teu lábio sempre calvo, acima de tua mão, acima quase de você a te retorcer no pescoço. Você que faz, mas nem é teu porque ele é menos recluso e mais rápido. Agora a liberdade não existe. Logo, ele, o teu calor não é mais livre que você, na justificativa proporcional porque ele é mais. Mas ele é mais que você porque ele é. Você não, pronome. Pró-nome.
Teu calor é indigente.
Teu calor é quente.
Teu calor é o que freme.
Teu calor é cor que rasga e mancha.
Teu calor é mancha.
Teu calor é a mão esquerda que te masturba.
Teu calor nem deve ser teu, e se digo que é, é porque ainda não conheço Clarice em todas as páginas e teclados. É apenas uma mancha sem forma onde você um rosto em formas ligeiramente humanas, onde tuas cerâmicas abrem com mais competência as bocas para você observar o pus nas mucosas da língua que míngua como a lua que é nova agora.

Tire o tabaco de minha algibeira azul e coloque no teu prato antes de vomitar.

Veja, vejamos, vide sozinha em teu quarto pouco claro e sujo:
Tu és sangue, e nem em sangue és tão pura.
Tu és manga, e nem em manga és madura.
Tu és amare-loman-ga e só assim és crua.
Tu, pronome teu, não existe. E
ainda aceita o peso da tua existência. Antecipa o verbo;
Abre a carne
E hiberna como o marimbondo que você nunca teve na gaiola de tua tez.

Flora, eu te amo
Mas eu te odeio.
Pois sois tão não.
Que não te posso emoldurar.
Haja vista que nem um verbo é sozinho para te arreganhar.

Tome cá esta nada.
Dê cá um abraço.
E vá.
Agora vá.

Flora, amando que sois Flora
Eu te mato.

Um comentário:

Méntimus disse...

Flora, quando vier, volta.