Quando se passa para que?


Passa.
Passa.
Passa.
Pesa.
Passa.
Ainda não é assim, posto que pesa e não passa.
Passa e não passo.
Eu e o tempo.
Não faz sentido quando tudo é luto de uma desação que não se percebe e continua a se passar e pessar em um repetitivo ciclo de palavras e desacertos.
Nada mais trivial sem prosa continuidade em rachaduras de uma idéia sem personagem, desprovida de roteiro. Composta apenas de músculo que não recebem sangue e chamam baixo por alguém com uma piteira na mão. Alguém entregue à fumaça imprópria a que se reduz.
Mas este alguém é algo no conto, no meio do posso profundo de solidão.
Tempo destampado na tampa dos olhos cegos é apenas poeira que irrita.
É ILICITO o escrever.
Não o escreve, traduz-se.
Não escrevo, cravo na letra a impessoalidade desapropriada de mim que não se assume.
Vá, vá.
Já é tarde, mesmo que o tempo não exista.

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